2008/06/20

Travessia da Serra Nevada em BTT - Etapa 4

Distância: 98.42km
Acumulado de subida: 2563m
Acumulado de descida: 2925m
Altitude máxima: 2035m

No BTT, como em qualquer actividade humana, existem palavras cuja simples referência é suficiente para nos provocar uma reacção imediata, boa ou má. No que me diz respeito são fundamentalmente palavras relacionadas com a orografia que me põem com um sorriso na casa, como por exemplo: cumeada, vereda, cume, desfiladeiro. Na etapa de hoje a palavra-chave foi vereda, quilómetros e quilómetros de forma a vencer sucessivos e profundos vales. Pedalamos por troços repletos de papoilas e pinheiros que contrastam com o cinzento da pista e das rochas.

A etapa começou bem cedo devido à extensão e à vontade, mais ou menos generalizada, dos participantes assistirem ao jogo da selecção portuguesa de futebol que defrontava nesse dia a República Checa no Euro2008. Após uns poucos mas gélidos quilómetros de descida em estrada, iniciamos uma rampa com 15km de extensão que nos colocou aproximadamente aos 2000mts de altitude, na qual nos manteríamos boa parte do dia. Depois vencemos uma sucessão de vales, sempre ao longo de uma pista florestal com bom piso que nos proporcionou vistas soberbas, pese embora o dia um pouco cinzento e frio.

Por volta do quilómetro 50 iniciámos uma descida extensa (cerca de 15kms) que nos permitiu baixar dos 2000 para os 1250 metros. Finalmente a merecida paragem para o almoço em Juviles onde podemos repor energias para o resto da etapa e fundamentalmente tomar uma bebida quente porque o frio, devido à altitude, fez-se sentir quase ininterruptamente (como diz a publicidade, quanto a mim foi provavelmente o melhor café de toda a travessia).

A seguir ao almoço, e já com sol, passamos primeiro por Trevélez, uma espécie de Meca do presunto. De facto toda a localidade era dada ao cheiro muito característico dos enchidos. Em Trevélez iniciámos uma subida bastante dura até os 1800mts de altitude e depois a última vereda do dia até Capileira, local onde dormiríamos.

Como no dia seguinte estava prevista a passagem pelo Veleta (aos 3450m) e dadas as temperaturas baixas que tinham sentido nos últimos dias em altitude, acompanhei o Gavinho numa visita à casa do guarda no exactamente na pista florestal que permite ascender ao cume do Veleta para em conjunto com as informações recolhidas em Capileira se decidir sobre o trajecto do dia seguinte. Infelizmente as nossas piores suspeitas confirmaram-se e a passagem estava impraticável devido ao gelo.

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