2012/09/28

A Fábula da Cigarra


A fábula da cigarra e da formiga
(reinventada a partir da tradução de Bocage)


Tendo a cigarra em cantigas
passado todo o verão
achou-se investida em ministro
a discursar na inauguração.

Não lhe restando vergonha
na cara, a tagarela,
foi armar-se em formiga,
zombando da vida dela.

Criticou-lhe que levasse,
vida de luxo e enfado,
ainda que fosse a cigarra
a viver à conta do Estado.

Saiu o ministro insultado
a meio da inauguração,
que de aldrabões desta raça
já está fartinha a nação.

Se não tem mais que dizer
a cigarra que fugiu
pode aproveitar o motorista
e ir p'ra pura que a pariu.






2010/07/27

Freita 2010

No passado fim-de-semana aproveitei o convite de um grupo de amigos de Oliveira de Azeméis e São João da Madeira (João Gaspar, Germano, Grifo, André, Nuno Seabra, Jorge Xára) e fui pedalar na zona da Serra da Freita e Arada. Objectivo: ir à romaria popular que se organiza anualmente no monte de São Macário.


O programa prometia porque apesar de já pedalado em alguns daqueles trilhos aquando do GeoRaid de São Pedro do Sul de facto em modo competitivo acabo por nunca apreciar verdadeiramente o cenário.

Partida, bem cedo, de Manhouce em direcção ao São Macário passando pela Coelheira, paragem para as fotos de família de modo a tirar proveito das vistas magníficas sobre as Serras da Estrela e Caramulo. Chegamos muito cedo a São Macário e fizemos um almoço mais pesado do que planeado (incluindo frango e entrecosto grelhado).


A seguir ao almoço, como convém, uma belíssima cumeada e um downhill em trilhos de xisto solto e manhoso, desta vez com vista para a Serra de Montemuro e diversas aldeias bem características da zona, em particular: Covas do Rio, Covas do Monte, Meitriz. Mais pelo final da tarde, aos kms 40 e 55, duas rampas de respeito, a primeira em direcção a Cortegaça e a segunda para Candal, pelo meio ainda nos abastecemos de água em Covelo do Paivô.


Em resumo, muito boa companhia, trilhos duros, e temperaturas bem altas num domingo de BTT para ficar na memória.


2010/07/17

O admirável mundo novo

Por razões profissionais tive, e tenho, a oportunidade de participar em conferências nas quais já ouvi cientistas, brilhantes, que prevêm a aplicação das mais variadas tecnologias em novas áreas da vida humana.
No entanto, não deixo de ficar fascinado quando constanto algum tempo mais tarde que essas visões se tornam realidade. Ontem vi uma surda-muda que comunicava usando linguagem gestual através de um telemóvel equipado com camâra. Foi fascinante.

2010/01/26

Caminho Francês de Santiago - Artigo Bike Magazine

Em Setembro do ano passado fiz o Caminho Francês de Santiago na companhia do Luís, do Ricardo e do Zé Pedro. Na edição de Janeiro (deste ano) a Bike Magazine publicou uma reportagem de 3 páginas escrita pelo Luís.


Do Caminho destaco, as passagens mais exigentes nos Pirineus (logo no primeiro dia) e no Cebreiro (sensivelmente a meio da travessia); as searas douradas do planalto (Meseta Ibérica) especialmente na zona de Leon; e os trilhos espectaculares da Galiza que serpenteam entre muros de pedra e campos verdes (a lembrarem o melhor do Minho português).

Apesar não ter experimentado qualquer sentimento místico/religioso, a travessia ultrapassa o trajecto propriamente dito, há a vivência única dos milhares de peregrinos, principalmente a pé, que vamos ultrapassando e cumprimentado com a sacramental expressão "Bom Caminho"; os finais de dia nos albergues; e o conforto da rotina simples (acordar, comer/beber, pedalar, dormir) dos dias, que satisfaz o corpo e preenche a alma.
Não é fácil e requer um pouco de sorte (que eu tive) mas convém fazer o caminho na companhia de bons amigos.


Resumo das etapas:
Etapa# : Partida - Chegada (Distância; Ascenção Acumulada)
Etapa 1 : St Jean Pied de Port - Huarte (70km; 2100m)
Etapa 2 : Huarte - Nazarrete (124km; 1950m)
Etapa 3 : Nazarrete - Hornillos del Camino (140km; 800m)
Etapa 4 : Hornillos del Camino - Villamoros de Mansilla (138km; 1115m)
Etapa 5 : Villamoros de Mansilla - Ponferrada (119km; 1576m)
Etapa 6 : Ponferrada - Sarria (94km;)
Etapa 7 : Sarria - Santiago de Compostela (120km;)


2009/11/24

Calendário BTT - Maratonas - 2010

Taça de Portugal XCM
Taça de Portugal XCM #1/ Maratona do Centro Leiria
21 Março 2010
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Taça de Portugal XCM#2/ Maratona de Alte/Jogos do Centenário Alte/ Loulé
25 de Abril 2010
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Taça de Portugal XCM #3 / Local e definir
9 de Maio 2010
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Taça de Portugal XCM #4 / Vale do Vouga Águeda
4 de Julho 2010
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Taça de Portugal XCM #5 / Maratona Cidade de Évora Évora
19 de Setembro 2010
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Taça de Portugal XCM #6 S. Bartolomeu Messines
3 de Outubro 2010
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Taça de Portugal XCM #7 Valongo
17 de Outubro 2010
(http://www.uvp-fpc.pt/)


Campeonato de Portugal XCM
Campeonato Nacional de Maratonas XCM Manteigas
23 de Maio 2010
(http://www.uvp-fpc.pt/)


Geo-Raid Series 2010
1º Prova - 10 e 11 de Abril
2ª Prova - 10 e 11 de Julho
3ª Prova - 25 e 26 de Setembro*
(http://www.geo-raid.com/)


Douro Bike Race
Amarante - Régua (+- 100 kms)
Régua - Sr. Graça (+- 90 kms)
SrGraça - Amarante (+- 80 kms)
3, 4 e 5 de Setembro de 2010
(http://www.dourobikerace.com/)


8º TransPortugal GARMIN
30 de Abril a 9 de Maio 2010
(http://www.trans-portugal.com/)


Outras Maratonas
UltraMaratona Serpa 160
17 de Abril 2010
(http://www.srp160.com/)

Maratona Extreme Xurés/ Gerês
5 de Setembro 2010
(http://www.geapro.pt/)

Maratona Festivalbike Portugal Santarém XCM
23 de Outubro 2010
(http://www.maratonafestivalbikeorbita.com/)

2009/10/19

A Cor do Horto Gráfico

Uma perspectiva diferente sobre o tema, de um autor desconhecido.

Testículo:
Texto pequeno
Abismado: Sujeito que caiu de um abismo
Pressupor: Colocar preço em alguma coisa
Biscoito: Fazer sexo duas vezes
Coitado: Pessoa vítima de coito
Padrão: Padre muito alto
Estouro: Boi que sofreu operação de mudança de sexo
Democracia: Sistema de governo do inferno
Barracão: Proíbe a entrada de caninos
Homossexual: Sabão em pó para lavar as partes íntimas
Ministério: Aparelho de som de dimensões muito reduzidas
Detergente: Acto de prender seres humanos
Eficiência: Estudo das propriedades da letra F
Conversão: Conversa prolongada
Halogéneo: Forma de cumprimentar pessoas muito inteligentes
Expedidor: Mendigo que mudou de classe social
Luz solar: Sapato que emite luz por baixo
Cleptomaníaco: Mania por Eric Clapton
Tripulante: Especialista em salto triplo
Contribuir: Ir para algum lugar com vários índios
Aspirado: Carta de baralho completamente maluca
Assaltante: Um 'A' que salta
Determine: Prender a namorada do Mickey Mouse
Ortográfico: Horta feita com letras
Destilado: do lado contrário
Pornográfico: O mesmo que colocar no desenho
Coordenada: Que não tem cor
Presidiário: Aquele que é preso diariamente
Ratificar: Tornar-se um rato
Violentamente: Viu com lentidão

2009/04/09

Yes We Can!

São noites como as de ontem que enchem o coração a um Portista.

Sem desculpas de orçamentos pequeninos; sem sacanices de secretária e esquemas manhosos; sem medo da multi-milionária equipa do Manchester United nem temor do melhor jogador do mundo; com muito trabalho e aplicação (afinal a imagem de marca do FCP), a nossa equipa deu um "show" de bola em Old Trafford.


Na próxima semana se verá mas para já na alma de cada Portista há o sentimento "Yes We Can".

A imagem é a capa do jornal o O'Jogo de hoje.

A propósito de jornais, o pasquim Record preferiu dar destaque aos dramas de Quique...claro, faz todo o sentido.



2009/03/19

Amortecedores

O grafitti original, "AMO-TE MARITA" foi pichado para "AMORTECEDORES SAMARITANO".


Será sinal dos nossos tempos em que o amor é substituído por bens tão terrenos como uns amortecedores?
Humor e boa disposição?
Um amor não correspondido transformado num pedido ao bom samaritano que amortecerá o choque?


2009/02/24

Inverno

A minha janela é a moldura de um conjunto magnífico de árvores. e são elas que tantas vezes me lembram a mudança das estações ao longo do ano.
Na Primavera, a folhas novas de um verde viçoso são o abrigo de um casal de melros; no Verão, as mesmas folhas tomam um tom mais escuro e todas juntas são a sombra que protege do calor; no Outono, as folhas mudam novamente de cor numa encenação cromática delirante da morte que se há-de seguir, caem e deixam a árvore que lhes deu vida, despida; finalmente, no Inverno, as chuvas correm pelos troncos rugosos, os ramos abanam ao vento mas entretanto as árvores regeneram-se para o novo ciclo que há-de vir.

O Inverno é uma estação extraordinária, injustamente desprezada e desvalorizada, regra geral é conotada com o recolhimento e a morte (óbvia nos seres vivos que nos rodeiam). No entanto, na História, a Idade Média foi o Inverno no qual aconteceram importantes modificações sociais/culturais que foram precursoras do esplendor do Renascimento. Na Biologia, o Inverno, através das condições climatéricas rigorosas, desempenha um papel fundamental na selecção das espécies. Depois de cada Inverno, os indivíduos que lhe sobrevivem são mais fortes e asseguram a transmissão de um código genético mais resistente.

Tenho para mim que nas nossas vidas também existem invernos, nos quais há o frio e a chuva e o granizo e vento, que deixam mazelas mas se tudo correr bem, estaremos mais fortes na próxima Primavera.

2008/12/03

Amor e Ódio

Num túnel por onde passo regularmente, entre muitos grafitis, dois chamaram-me a atenção.
Desconheço os autores e tal como desconheço se são a mesma pessoa, poderiam ser. Dada a proximidade de escolas suponho que serão adolescentes na euforia de uma paixão ou com o amor-próprio ferido pela pessoa que julgam amar.
Também não sei quem é a Catarina (a do amor) nem a Maria (do ódio).


Pode ser uma coincidência mas entre os grafitis existe apenas um túnel, escuro e curto. A mudança entre os sentimentos, aparentemente opostos, parece assim tão próxima. E nas relações, é assim tão rápido, tão próximo?

2008/10/16

Casamento entre homossexuais

Há uma pergunta à qual tenho dificuldade em responder: que raio de argumentos poderá alguém razoável encontrar para ser contra o facto de dois homens ou duas mulheres pretenderem casar e viver as suas vidas em conjunto?

Constituição Portuguesa

Artigo 13.º (Princípio da igualdade)

1. Todos os cidadãos têm a mesma dignidade social e são iguais perante a lei.

2. Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual.


2008/10/09

Artigo Bike Magazine - Edição Outubro 2008

A revista Bike Magazine (http://www.bikemagazine.pt/) na edição de Outubro publicou um artigo que relata de forma resumida a travessia que realizei na Serra Nevada em BTT e que fui relatando neste blogue.
Por lapso, sou apresentado como a autor das fotos utilizadas, de facto os autores são muitos: Jorge Cunha, Zé Pedro, António Gavinho e João Lopes. A todos o meu agradecimento.


2008/06/20

Travessia da Serra Nevada em BTT - Etapa 6

Distância: 41.28km
Acumulado de subida: 1352m
Acumulado de descida: 2447m
Altitude máxima: 2194m

Na etapa de hoje, a última, pedalamos entre a estância de esqui de Pradollano e Sierra Guejar, local onde se iniciou esta travessia.


Nos primeiros dez quilómetros seguimos sucessivamente por: uma pista de esqui de fundo, trilhos sinuosos/técnicos e finalmente um single-track delicioso entre as árvores que nos levou até a casa florestal de Cortijo de la Fuente de la Cortijuela.

Nesta fase podemos apreciar as qualidades de alguns participantes a lidarem com as inúmeras vaquinhas que pastavam nos trilhos.
Na fase seguinte descemos, e posteriormente subimos, um vale com trilhos que variavam entre o calcário branco que tínhamos experimentado na etapa anterior e pinhal.

A partir do quilómetro 30 iniciamos a descida por uma estrada estreita e sinuosa em direcção a Geujar Sierra. Ainda antes do final percorremos um trilho ao longo de um ribeiro e tivemos a oportunidade de atravessar alguns túneis.

Travessia da Serra Nevada em BTT - Etapa 5

Distância: 80.01km
Acumulado de subida: 2946m
Acumulado de descida: 3566m
Altitude máxima: 2176m

Fantástico. Hoje foi um dia fantástico de BTT. Duro. Sim, hoje foi um dia duro de BTT.
Hoje de acordo com o plano inicial deveriamos ter atravessado o Veleta aos 3450m mas já sabiamos desde ontem que isso não seria possível devido à acumulação de gelo em altitude. Desta forma foi definida uma etapa alternativa, que foi, como já escrevi, dura e fantástica.

Começamos em Capileira e nos primeiros 10kms, sempre a descer passamos pelas localidades de Bobión e Pampaneira, locais simpáticas que merecem uma visita.
Entretanto começamos uma das rampas do dia, 10kms em que ascendemos dos 800 até os 1800mts sempre com a temperatura a descer.
Nesta etapa passamos por uma daqueles locais que por si só enchem a alma a um betetista, depois de uma descida, um recanto do paraíso sulcado por um ribeiro, uma bela ponte (a exigir a pose para as fotos da praxe) e muito muito encanto. Depois da ponte um rampa difícil com alguns troços a empurrar a bicicleta.

Depois disto, enfim mais uma rampa com mais uma dúzia de quilometros que nos levaria aos 2150mts e depois uma longa descida atá os 120omts. Um carrosel sempre muito animado, agora com temperaturas bastantes mais baixas.

Por volta dos 60kms estavamos num vale em predomina o calcário branco que tem a particularidade de reflectir o sol a acrescer as cerca de 35 graus que se faziam sentir por esta altura. Assim, as subidas seguintes foram exigentes. Note-se que na encosta sul da Serra Nevada o aspecto, por oposição à vertente norte, é muito árido e seco.
O dia terminou com uma longa descida de 10kms até Dílar, local onde terminou a etapa.

Travessia da Serra Nevada em BTT - Etapa 4

Distância: 98.42km
Acumulado de subida: 2563m
Acumulado de descida: 2925m
Altitude máxima: 2035m

No BTT, como em qualquer actividade humana, existem palavras cuja simples referência é suficiente para nos provocar uma reacção imediata, boa ou má. No que me diz respeito são fundamentalmente palavras relacionadas com a orografia que me põem com um sorriso na casa, como por exemplo: cumeada, vereda, cume, desfiladeiro. Na etapa de hoje a palavra-chave foi vereda, quilómetros e quilómetros de forma a vencer sucessivos e profundos vales. Pedalamos por troços repletos de papoilas e pinheiros que contrastam com o cinzento da pista e das rochas.

A etapa começou bem cedo devido à extensão e à vontade, mais ou menos generalizada, dos participantes assistirem ao jogo da selecção portuguesa de futebol que defrontava nesse dia a República Checa no Euro2008. Após uns poucos mas gélidos quilómetros de descida em estrada, iniciamos uma rampa com 15km de extensão que nos colocou aproximadamente aos 2000mts de altitude, na qual nos manteríamos boa parte do dia. Depois vencemos uma sucessão de vales, sempre ao longo de uma pista florestal com bom piso que nos proporcionou vistas soberbas, pese embora o dia um pouco cinzento e frio.

Por volta do quilómetro 50 iniciámos uma descida extensa (cerca de 15kms) que nos permitiu baixar dos 2000 para os 1250 metros. Finalmente a merecida paragem para o almoço em Juviles onde podemos repor energias para o resto da etapa e fundamentalmente tomar uma bebida quente porque o frio, devido à altitude, fez-se sentir quase ininterruptamente (como diz a publicidade, quanto a mim foi provavelmente o melhor café de toda a travessia).

A seguir ao almoço, e já com sol, passamos primeiro por Trevélez, uma espécie de Meca do presunto. De facto toda a localidade era dada ao cheiro muito característico dos enchidos. Em Trevélez iniciámos uma subida bastante dura até os 1800mts de altitude e depois a última vereda do dia até Capileira, local onde dormiríamos.

Como no dia seguinte estava prevista a passagem pelo Veleta (aos 3450m) e dadas as temperaturas baixas que tinham sentido nos últimos dias em altitude, acompanhei o Gavinho numa visita à casa do guarda no exactamente na pista florestal que permite ascender ao cume do Veleta para em conjunto com as informações recolhidas em Capileira se decidir sobre o trajecto do dia seguinte. Infelizmente as nossas piores suspeitas confirmaram-se e a passagem estava impraticável devido ao gelo.

Travessia da Serra Nevada em BTT - Etapa 3

Distância: 91.03km
Acumulado de subida: 2498m
Acumulado de descida: 2498m
Altitude máxima: 2503m

Hoje, em termos de programa, estava previsto um trajecto circular pois pernoitaremos novamente no albergue Posada dos Arrieiros. Este albergue servia originalmente os almocreves (arrieiros) que atravessavam a cordilheira montanhosa da Sierra Nevada na direcção Norte-Sul através da passagem natural do Puerto de la Rágua.

Esta etapa permitiria, no caso de ser necessário, aos participantes descansarem um pouco antes das duas etapas seguintes que se adivinham muito duras. Assim, e visto que ninguém precisou do dia para descansar, a dimensão e percurso desta etapa ficaram ao critério da inspiração do Gavinho.

Começamos o dia a subir para Puerto de la Rágua pela estrada que tínhamos descido no final do dia anterior. Depois entramos num estradão florestal que seguia ao longo da vereda do monte com vistas fantásticas sobre sucessivos vales.


Por volta dos 40 quilómetros atingimos o cume do Monte do Butre com aproximadamente 2500m. De seguida fizemos uma descida com cerca de 30 quilómetros em esses sucessivos. Note-se que nesta etapa não houve lugar a assistência por essa razão os participantes partiram de manhã já com a lanche que se veio a acontecer junto ao posto de vigilância do Monte do Butre.

Na parte final da etapa contornamos 3 vales diferentes, novamente, ao longo de veredas extraordinárias. Finalmente desembocamos na estrada e após 2kms retornamos ao albergue. Em vez dos 50kms inicialmente previstos, na lógica do descanso, acabámos por fazer 81kms. De facto, o Zé Pedro e eu fizemos 90kms, de forma a recuperar um telemóvel esquecido no Puerto de la Rágua.